Entidade anuncia nova tecnologia de segurança para o Wi-Fi
A Wi-Fi Alliance, entidade responsável pela definição dos padrões tecnológicos das redes sem fio Wi-Fi, fez um cauteloso anúncio nesta segunda-feira (8) sobre “novas melhorias de segurança” nas redes sem fio. No texto, a entidade fala da necessidade de “constantes melhorias” nos protocolos de segurança e depois revela que quatro novos recursos de segurança serão introduzidos em 2018 como parte do WPA3, a nova geração de segurança das redes sem fio.
Das quatro novidades, duas devem servir de reforço para redes que não possuem senhas fortes e que são configuradas em dispositivos sem interface. A terceira deve individualizar a criptografia de cada aparelho conectado a uma rede, o que aumentará a confiabilidade de redes públicas. A última melhoria deve fortalecer a criptografia em redes que exigem segurança elevada, como redes militares e corporativas.
O anúncio indicou que as novidades não devem tornar obsoleto o WPA2, introduzido em 2004. De fato, o anúncio da Wi-Fi Alliance exalta o sucesso o WPA2 antes de anunciar o WPA3, mas não comenta se haverá compatibilidade com a geração atual. É possível que nem todas as placas de rede e roteadores à venda hoje sejam capazes de interagir com redes configuradas com o novo protocolo.
Anúncio ocorre três meses após falha
O anúncio da Wi-Fi Alliance é publicado menos de três meses após a divulgação da vulnerabilidade Krack, que explora o funcionamento correto do WPA2 para comprometer a segurança de equipamentos que se conectam a redes Wi-Fi. A falha é moderadamente difícil de ser explorada e os principais sistemas operacionais já receberam atualizações que corrigem o problema.
Ao destacar a necessidade de evoluções contínuas de segurança e se comprometer com o futuro do WPA2, a Wi-Fi Alliance indica que as novidades anunciadas não têm relação com qualquer falha encontrada no protocolo atual e tenta minimizar o impacto do anúncio do mercado. Em 2003, a entidade atuou para criar um novo mecanismo de proteção com urgência quando a primeira geração de segurança, a WEP (Wired Equivalent Privacy), de 1997, foi completamente quebrada.
O conjunto WPA/WPA2 (Wi-Fi Protected Access) é a segunda geração da segurança do Wi-Fi, criada para resolver as falhas do WEP que permitem que um invasor capture todo o tráfego de uma rede sem fio, mesmo que ela seja protegida por senha O WPA, de 2003, eliminava essa fragilidade sem abandonar por completo a tecnologia do WEP, o que mantinha a compatibilidade com vários equipamentos antigos.
Ao manter a compatibilidade com muitos dispositivos, a nova tecnologia tornou a anterior obsoleta, mas fabricantes continuaram incluindo o WEP como opção de segurança porque nem todos os equipamentos puderem ser atualizados do WEP para o WPA.
O WPA era considerado uma tecnologia intermediária e chegou aos aparelhos em 2003 ainda antes de ser ratificado como uma norma da indústria. Equipamentos “novos”, alguns desde meados de 2004, vem com a opção do WPA2, a versão plena e normatizada do WPA. Hoje, quase 14 anos depois, o WPA2 ainda é a opção mais segura disponível para a configuração de redes sem fio Wi-Fi. Ao longo dos anos, porém, diversas fragilidades foram demonstradas no protocolo. A mais grave delas foi a Krack, mas também existem problemas no Wi-Fi Protected Setup (WPS), uma extensão de configuração simplificada cujo uso não mais é recomendado.
A Wi-Fi Alliance e o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), responsáveis pela documentação que normatiza o Wi-Fi, foram criticados nos últimos meses após a divulgação da falha Krack. Segundo os críticos, o processo que define as normas de segurança para as redes sem fio é pouco transparente, o que inibe as contribuições da comunidade de pesquisadores. Além disso, a documentação é paga, podendo ser obtida gratuitamente de forma limitada só depois que ela já está nas mãos dos fabricantes de equipamentos, o que inviabiliza pesquisas preventivas.
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Fonte: G1
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