Segurança ainda é uma preocupação em relação às redes 5G

A segurança de rede continuará sendo uma grande preocupação também para os padrões de rede sem fio 5G. Poucas medidas de segurança estão sendo adotadas nos novos padrões 5G, e há um potencial recém-descoberto de ataques Man-in-the-Middle em redes, segundo estudos recentes.

Um desses estudos – uma análise formal da autenticação 5G conduzida em conjunto por cientistas da ETH Zurich, da Universidade de Lorraine/INRIA e da Universidade de Dundee – descobriu que criminosos poderão interceptar comunicações 5G e roubar dados, porque foram encontradas “lacunas críticas de segurança”, segundo o comunicado de imprensa do grupo. Em parte, porque “os objetivos de segurança são subespecificados” e há “falta de precisão” nos padrões 3GPP.

Um segundo relatório, publicado este mês por pesquisadores da Brown University, da Rice University e da University at Buffalo, informa a descoberta de sérias vulnerabilidades no sucessor da 5G: as redes de comunicação de dados na faixa dos terahertz.

Terahertz (THz) são ondas eletrônicas que operam a uma freqüência extremamente alta, localizado entre microondas e infra-vermelho, que provavelmente será usada nas redes 6G com previsão de lançamento daqui a 10 anos . O espectro de terahertz está bem acima das freqüências que estão sendo usadas para o 5G. Além maior velocidade (até 400 gigabits por segundo), o 6G deve oferecer ainda mais confiabilidade e redução de latência que o 5G.

As frequências minúsculas de terahertz levaram muitos a acreditar que elas seriam muito pequenas para interceptar – que um receptor Man-in-the-Middle colocado para interceptação do tráfego bloquearia toda a transmissão e seria detectado imediatamente. O que as pesquisas mostram agora é que essa era uma suposição errada.

“Nós mostramos que a escuta não detectada no reino dos terahertz é mais fácil do que a maioria das pessoas imaginou”, diz Daniel Mittleman, professor da Brown University’s School of Engineering. Colocando objetos (como um pedaço de metal) na borda do feixe, ele diz que foi capaz de espalhar partes do feixe e, assim, interceptar alguns dos dados.

“O método deixa um pedacinho de sinal para um invasor trabalhar sem lançar uma sombra detectável no receptor”, dizem os pesquisadores.

5G ainda não é tão seguro quanto esperado

“Veículos autônomos, dispositivos de Internet das Coisas e sistemas de controle industrial” estão prestes a se beneficiar de redes 5G, diz Dr. Saša Radomirovic, professor sênior de computação na Escola de Ciências e Engenharia da Universidade de Dundee. A tecnologia 5G prometeu ser mais rápida e segura do que as redes anteriores, mas descobrimos que ela ainda não é tão segura assim.

Radomirovic diz que a ferramenta automatizada de verificação de protocolos de segurança do seu grupo acadêmico, chamada Tamarin, mostra que os objetivos críticos de segurança não estão sendo endereçados pelo protocolo 5G-AKA, do 3GPP.

“Descobrimos que algumas metas críticas de segurança não estão sendo cumpridas” , afirma o grupo, em um resumo de seu relatório inicialmente publicado em junho e atualizado em outubro deste ano.

Os invasores podem estabelecer canais seguros usando chaves de segurança 5G previamente emitidas, dizem os pesquisadores no relatório (PDF). Agora eles estão trabalhando com a 3GPP para corrigir os problemas encontrados.

Grande parte da discussão em torno do 5G globalmente está focada agora na segurança. Com o 5G, a segurança não é um complemento, mas integrada desde o início como parte do processo de padronização. É por isso que o 5G é a geração de rede mais segura de todos os tempos.

No entanto, o padrão 5G não é a resposta completa para uma rede 5G segura. Como o 5G se torna uma infraestrutura crítica, o que realmente determinará a segurança de uma rede será a tecnologia de segurança e os procedimentos operacionais que são colocados sobre os recursos padronizados.

Quando se trata de perguntas sobre software embutido no núcleo das redes 5G, a maioria dos provedores de software de rede realiza testes de software durante a fase de desenvolvimento. Isso tem a vantagem de fornecer feedback instantâneo e possibilita corrigir problemas imediatamente como parte do desenvolvimento normal.

O teste de pós-desenvolvimento é, às vezes, apresentado como um meio de garantir a segurança das redes de telecomunicações ao vivo. Mas a comunidade ainda vê isso como uma ferramenta insuficiente, já que o teste de laboratório reflete apenas uma representação limitada de uma rede, em um determinado momento em uma configuração de teste específica.

Ele também corre o risco de desacelerar a inovação e atrasar o tempo de lançamento, incluindo novas atualizações de segurança, ao mesmo tempo em que gera custos extras em todo o sistema, à medida que o desenvolvimento moderno de software se baseia em implantações contínuas de novos lançamentos e funcionalidades.

Em particular, casos críticos de uso de 5G, como direção e fabricação autônomas, potencialmente exigirão um escopo ampliado de testes, retardando ainda mais o desenvolvimento de novos casos de negócios industriais.

Fonte: CIO.

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Segurança é fator crítico para sucesso do 5G

A evolução em direção à 5G não é somente uma questão de ser melhor, maior ou mais rápido. Essa trajetória também deve criar muitos serviços e casos de uso que devem tocar em praticamente todos os aspectos de nossas vidas. No entanto, para realizar todo seu potencial, a segurança será um fator crítico para essas aplicações 5G.

A 5G Americas, a associação setorial e a voz da 5G e LTE para as Américas, anunciou relatório A Evolução da Segurança em 5G, apresentando um mundo 5G baseado nos conceitos básicos da arquitetura de segurança de redes – representando uma evolução das melhores práticas para pessoas, processos e ferramentas.

A 5G será uma plataforma para aplicativos da Internet Massiva das Coisas (IMdC), como sensores de trânsito e serviços de veículo-para-infraestrutura (V2I), que são algumas das aplicações fundamentais de cidades inteligentes. É importante fechar as redes contra ataques externos, evitando acesso a esses dados, o sequestro de dispositivos IdC ou a interrupção de serviços usando ataques de Negação Distribuída de Serviço (DDoS). Felizmente, a segurança foi uma das prioridades na arquitetura desenvolvida pela 3GPP, a organização global de padronização. A arquitetura aproveita da forte segurança a tecnologia LTE já oferece e que serviu como base para desenvolvimento da 5G.

Chris Pearson, Presidente da 5G Americas, observou: “O setor de mobilidade sem fio sempre esteve focado em segurança, um dos principais diferenciais entre essa tecnologia e outras, é que são mais vulneráveis a ataque. O uso do espectro licenciado oferece uma camada forte de proteção contra a interceptação de tráfego de dados, voz e vídeo. Hoje, o processo de desenvolvimento está focado na tecnologia 5G e o setor móvel continua aprimorando a segurança com proteções novas e mais avançadas”.

O relatório inclui uma análise abrangente das proteções que a tecnologia 5G oferece e as vulnerabilidades e vetores de ataque que essas proteções devem mitigar. O relatório também avalia as diferenças entre as tecnologias 5G, 4G e 3G em termos da arquitetura das redes core e de rádio, e como essas diferenças afetam os mecanismos de segurança disponíveis para as operadoras móveis, seus parceiros de negócios e clientes.

Múltiplos usos

Por exemplo, a 5G é a primeira arquitetura móvel projetada para suportar múltiplos casos de uso específicos, cada um com seus próprios requisitos de segurança digital. A segmentação de redes é uma medida comprovada do mundo de TI corporativo usada para mitigar riscos para a segurança. A 5G introduz o conceito de fatiamento de redes (network slicing), que oferece às operadoras móveis possibilidades de segmentação que antes não eram possíveis.

As funções e arquiteturas chaves das gerações anteriores (3G, 4G) ainda serão compatíveis com o ecossistema 5G. A 5G viabiliza a proliferação de tecnologias de acesso de todos os tipos, com velocidade de transmissão de dados que variam de Gbps até kbps, com e sem licenciamento, baseadas em grandes faixas de espectro, inclusive tecnologias desenvolvidas por outras organizações de padronização além da 3GPP.

O relatório A Evolução da Segurança em 5G analisa questões de segurança, considerações e repostas na área de ciber segurança, casos de uso 5G, funções de segurança para 5G-DDoS, os vários tipos de ameaça que terão que ser combatidos no mundo conectado da 5G, controles mitigados para redes 5G e a detecção e mitigação de ameaças IdC.

“Além de criar novas oportunidades e capacidades, com a adoção de computação em nuvem, computação distribuída e a convergência de redes de TI móveis e tradicionais, a tecnologia 5G também cria novas ameaças e vetores de ataque digitais”, disse Mike Geller, Principal Engenheiro de Sistemas da Cisco e um dos líderes do relatório. “É possível administrar a segurança 5G usando técnicas como automação orquestração, a construção de redes distribuídas, políticas, análises e muito mais. A segurança é, sempre foi e continuará sendo um aspecto crítico das redes que construímos e operamos”.

O relatório A Evolução da Segurança em 5G foi escrito pelos membros da 5G Americas e pode ser baixado gratuitamente do site da 5G Americas. O grupo que desenvolveu o relatório foi liderado por Sankar Ray, da AT&T, e Mike Geller, da Cisco, com o apoio do Conselho da 5G Americas, que participou no desenvolvimento deste relatório.

Fonte: IT Forum 365.

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